Pão de Açúcar, Jardim Botânico e até as enchentes estarão no enredo.
De volta ao Grupo Especial, escola abre a primeira noite de desfiles.
Detalhe de carro que a São Clemente vai levar para
a Sapucaí (Foto:G1)
Fundada em 1951, a São Clemente promete abrir em grande estilo os desfiles, no domingo (6), às 21h. Estreante no Grupo Especial, o carnavalesco Fábio Ricardo faz referências a pontos turísticos como Floresta da Tijuca e o Corcovado nas fantasias e nos sete carros alegóricos. Segundo ele, a ideia é criar uma história que envolva as paisagens do Rio de Janeiro.
Eu criei uma ficção. A partir do dedo de Deus, do toque divinal de Deus, o Rio de Janeiro foi se transformando e se modernizando com as interferências do homem, mas com o consentimento de Deus. Começamos o nosso desfile com o Pão de Açúcar, que também é o símbolo de nosso brazão. É como se fosse a construção do Rio de Janeiro”, diz Fábio Ricardo.
Uma das características das roupas da São Clemente é a presença do amarelo e preto, que dão cor ao pavilhão da escola. Além disso, em boa parte das fantasias há elementos de mão, o que, de acordo com Fábio Ricardo, ajuda na "leitura" do enredo "O seu, o meu, o nosso Rio, abençoado por Deus e bonito por natureza".
Dois tripés de cerca de sete metros de altura representarão a Pedra da Gávea, no setor que o carnavalesco chama de “Conquista”. Os fortes do Rio virão em seguida. Nesse ponto, de acordo com a história criada por Fábio Ricardo, Deus manda São Sebastião, o padroeiro da cidade, para a batalha para decidir se o Rio ficaria para os franceses ou para os portugueses.
Curiosidades
O carnavalesco revelou que descobriu muitas curiosidades durante a pesquisa. “Descobri que a Floresta da Tijuca foi toda replantada por causa da colheita do café. A jaqueira é um dos marcos de lá. O interessante é que a jaca é oriental, ao contrário do que muita gente pensa. Por isso, a indumentária desta fantasia tem o estilo do Oriente”, diz.
O carro que vai representar o Jardim Botânico chama a atenção no barracão da São Clemente, na Cidade do Samba, na Zona Portuária, pelas esculturas que representam o chafariz e a fonte. Fábio Ricardo faz questão de dizer que parte da alegoria ainda está sendo mantida em segredo e só será revelada poucos dias antes do desfile.
Carro que vai representar o Jardim Botânico chama a atenção
no barracão (Foto:G1)
Enchentes serão lembradas
Parte da história do Rio, as enchentes estarão presentes no desfile da São Clemente. Para retratar com clareza e irreverência o drama dos desabrigados das enchentes, o carnavalesco criou a fantasia do mergulhador com uma mala na mão. O setor terá ainda um imenso bote salva-vidas. A alegoria vai trazer a famosa Arca de Noé e alguns barracos.
Carnavalesco revelou que descobriu curiosidades
durante a pesquisa (Foto:G1)
O setor fala também sobre outros transtornos urbanos que afetam a vida do carioca, como o trânsito caótico e as infinitas obras pelas ruas da cidade. Falar do cotidiano e estar antenado com temas atuais são, na opinião do carnavalesco, uma tendência a ser seguida pelas escolas na busca pela empatia do público. “O carnaval está se modernizando”, diz.
O carnavalesco Fábio Ricardo, no entado, quis manter segredo sobre as fantasias do primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira Bira e Jaqueline e da rainha de bateria Bruna Almeida, que virá à frente dos ritmistas comandados pelos mestres Gil e Caliquinho. O intérprete Igor Sorriso será o responsável por puxar o samba-enredo na Avenida.
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